segunda-feira, 27 de abril de 2015

FIGURAS CASTIÇAS DO CAFÉ GRANADA ORIUNDAS DO BAIRRO DA MADRAGOA






O "MURALHAS"

Nunca cheguei a saber o seu nome próprio. Chamavam-lhe o muralhas provavelmente por ser muito alto. Sobressaia sobre os outros "cromos" oriundos do bairro da Madragoa pela sua altura e pelo seu andar um pouco desajeitado. Convivia muito com o "Milhões" que provavelmente o ajudava a viver melhor. Não conviveu muito com o nosso Grupo, mas era uma figura muito castiça que todo as as noites estava no Café Granada e que todos ainda recordamos.
Mais tarde tivemos conhecimento que era porteiro na casa de fados  "O Forcado" .Entretanto parece já ter falecido.

4 amigos do café Granada quando eram jovens: Mota, Quim Bocas, Nabais e M. Valente

O " BABALU"

Este era um "cromo" muito típico do Bairro da Madragoa. Fala muito. Irradiava boa disposição à sua volta. Tinha uma bom discurso e era convincente. Era participativo e transmitia alegria nas mesas onde convivia.
Usava sapatos em bico, tipo cigano. Embora tivesse só a quarta classe, mas para quem o ouvia a falar, parecia um licenciado, falava mais e melhor que qualquer um de nós.
Há três anos encontrei-o no funeral do "Nelo" e estava igualzinho.

Aires, P. Fidalgo, M. Valente e Maia nas Portas de Rodão


O "NELO"

Era filho único. Com muita facilidade era o centro das atenções. Oratória muito espontânea. Cativante não só com os amigos mas também em relação às mulheres, um autêntico "Don Juan". Com facilidade inventava histórias, ou contava com muita naturalidade acontecimentos da sua própria vida. Tinha muita graça. Muito trabalhador. Era um verdadeiro amigo do seu amigo. Incapaz de ofender alguém. sempre disposto a ajudar.

Contava que uma vez conduzia uma carro e ainda não tinha carta de condução, entretanto, apareceu uma brigada da GNR de controlo do trânsito, o Nelo com a maior das calmas, parou o carro junto da brigada, saiu da viatura e foi perguntar o caminho para uma localidade próxima, a brigada muito solicitamente transmitiram-lhe as informações pedidas e nem sequer lhe perguntou pelos documentos.

Nunca faltava ás convocatórias para os encontros de jantares que começamos a fazer na década de noventa. Foi ele mesmo que teve a iniciativa de dinamizar vários jantares na Cantinho do Morais na Cruz Quebrada e posteriormente em Queijas. Nestes encontros, durante o jantar e nos momentos que se seguiam, o Nelo era o principal conversador, o centro das atenções.
Infelizmente já faleceu há alguns anos.


3 amigos no casamento improvisado pelo Carnaval  1973 junto aos Jeronimos: Albino, M. Valente e Verã


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