sábado, 29 de novembro de 2014

Sai um Banquinho pró Bagaço

O ano letivo já ia longo. Os dias pareciam quentes e perfumados, convidando a idas à praia. Os amigos do Granada não deixaram de responder a este apelo.
Um dia alguns deles organizaram-se para uma partida de futebol na praia da Torre. Foram de comboio com a artilharia toda. Ali chegados, consumaram ferozmente o gosto pelo pontapé e, pouco depois, satisfeitos os pedidos dos media para fotos que perpetuariam a memória, foram ao banho e propuseram-se a merecido repouso.
O Sol convidava. Uns banquinhos ali perto estavam mesmo à mão para se sentarem ou recostarem. E não se fizeram rogados. O dia parecia-lhes então a melhor coisa do Mundo, longe do Cavaco, do Madureira ou do Albuquerque.
Mas eis que a mão do repressor se abate sobre eles.
- Não podem usar esses bancos!
Quem se atrevia a tão vilmente quebrar o descanso daquela trupe? Claro, o concessionário... o agente do capital... o homem que se apoderara da praia para tirar proveito dela...
- Não podemos? Porquê?
- Esses bancos são para alugar.
Um dos nossos amigos ficou furibundo.
- E quanto é o alugar de cada banco?
- 7$50 e tem de entregá-lo às cinco...
- Tome lá e deixe-nos em paz...
Dizem as más línguas que um dos distintos Granaderos ficou toda a tarde agarrado ao banquinho que tinha alugado e que tanto lhe recordava os maravilhosos tempos da Nazaré. E à partida um misto de prazer e saudade acompanhou aquele grupo de amigos que, à noite, lá se reencontrou no café.

1 comentário:

  1. Os amigos da foto julgo serem:
    Armindo, Luís Vieira, Barros e José Barata.

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